Medo
Medo
Medo
Quem Conta um Conto... [4]
Ana é uma menina linda!
Seus olhos refletiam o frescor do oceano, seus cabelos dourados como os raios de sol...sua pele alva e macia como nuvens delicadas deslizando na imensidão.
Todas as manhãs, antes do sol acordar, Ana passeava pela praia... seus passos lentos e leves tocavam a areia úmida, sentindo a energia do solo penetrar por seus poros...abria os braços, sentindo o ar entrar e sair de seus pulmões suavemente... brincava, corria, sorria e cantava, saltava sobre as ondas como se parecesse voar.
O Mar ao ver aquela menina tão doce, transparente, percebeu a pureza que trazia em seu coração.
Sentiu suas águas frias ficarem pouco a pouco levemente aquecidas...as ondas rolavam suavemente, produzindo espumas delicadas e cristalinas... cada vez que tocavam os pés de Ana, traziam as mais belas conchas e valiosas pérolas para enfeitar e presentear seu amor.
A menina admirada com tanta beleza sentiu seu coração arder de amor e emoção...cada pulsar tal como a mais bela melodia ecoava rumo ao infinito...
Não contendo mais tanta emoção, correu em direção às águas.
O vento se transformava em uma brisa calma...tocava levemente seus cabelos e fazia carícias em seu rosto...
Finalmente Ana mergulhou nas águas cristalinas da imensidão do Mar azul que emocionado a envolvia carinhosamente, como um abraço, um beijo amoroso.
Ana sentia um amor profundo, em sua pele, seu coração, no íntimo de sua alma...e Sorria!
A felicidade havia tomado conta de si deixando-a se entregar pouco a pouco...
Suspirou...um suspiro leve, silencioso.
Uma lágrima de emoção e paz se misturava nas águas salgadas do mar, selando a união de Ana e o Mar...Em seguida, como que por encanto desapareceu...
Dizem que todas as manhãs, bem antes do sol surgir no horizonte, podemos sentir a brisa leve e perfumada, tal como a rosa mais formosa e delicada
Como Ana e o Mar...
Autora: Andréia Martins
Juiz de Fora - Minas Gerais
Quem Conta um Conto... [3]
Amanhece um dia. Um dia que pode ser qualquer dia, que não seja um feriado, um dia de trabalho, um dia normal.
Amanhece um homem, que pode ser qualquer homem, em uma cidade, que pode ser qualquer cidade. Um homem sem nome, com seus gestos mecânicos, monótonos, em sua vida mecânica, monótona... Amanhece meio estranho, não ouvindo o despertador. Olha o relógio que o olha intimidador, e percebe-se atrasado. Arruma-se às pressas, e pões a correr pelas ruas, pois sua casa não era tão longe assim do trabalho, mas o atraso era realmente grande. Sai pelas ruas, que poderiam ser quaisquer ruas. Tenta ser mais rápido que o tempo, é claro que não consegue. Passam pessoas, carros, concretos, vazios.
Eis que depois de uma esquina, descansa uma pedra no chão, esquecida por um poeta desses que a deixou ali. Tal homem tropeça trôpego e cai, cai, cai... Cai sobre si, cai em si. O Sol desvendando seus olhos vazios que agora iam retomando algo. Foi uma reviravolta. Que vida! Que volta a um caminho distinto, não mais de instintos maquinais. Lembra-se de seu nome, sua história, de coisas que não lembrava. Lembra-se até de coisas que ainda não conhecia. Lembra-se do Sol, do chão, das pedras, da alegria e tristeza, dor e prazer, da beleza, de sentir. Lembra-se de ser homem, de trazer no peito contrários, de ter opiniões e fazer escolhas.
Talvez a batida foi tão forte que esteja tendo alucinações, talvez tenha ficado louco. Não importa, a mudança ocorreu, graças à pedra no caminho, a pedra que era poesia pura no meio da poluição cultural.
Agora nas manhãs ele verdadeiramente amanhecerá.
Autor: Dan Junqueira
Leopoldina - Minas Gerais
Quem Conta um Conto... [2]
Quanto tempo será que demora uma ferida para cicatrizar?
Demora o mesmo tempo que uma embriaguez por uma torturante saudade que inflama alimentada por um sentimento muitas vezes sufocado por atos impensados.
Saudade talvez seja a palavra mais egoísta achada para definir um “sentir” e por mais egoísta que seja, pode sim definir vários “sentir” diferentes: Dor, pesar, penar, arrependimento, sorriso, olhar, abraço, beijo, corpo, pele, cheiro, gosto...
Mede-se a saudade pelo tamanho de nossa experiência, pelo tanto de vivências que carregamos na bagagem de uma vida que nem sempre temos o controle total das rédeas. Sofre-se a saudade pela intenisdade dos olhares sobre os fatos, pelo doar-se a determinadas situações que as vezes exigiram muito menos do que entregamos em devido momento.
Saudade e substantivo mas pode tornar-se verbo quando conjugado com um outro substantivo que teima em posar de verbo também: a lembrança.
Lembrança do cheiro da chuva, do gosto do bolo da mãe, da presença de mãe, do cheiro de alguém, do som de alguém... Lembrança de um futuro que a gente merecia e não se pode mais alcançar, devida a mudança dos fatos.
Saudade significa deixar com estranha doçura tudo aquilo que sabemos nos fazer falta em algum momento importante ou que se torne depois, mas que sabemos estar sempre marcado nas cicatrizes deixadas. Significa olhar pras coisas com a tristeza adulta e não mais com olhinos marejados de criança. Significa aprender a conviver com o que nos é dado por outros ou pela vida. É compactar aquela avalanche de coisas que vivemos em um compactado pensamento guardado na cabeça e distribuido entre nossos sentidos vitais.
É cuidar com paciência daquilo que se cultivou por um motivo que nem sempre a gente sabe porque e que provalvelmente mais tarde, na hora da saudade, vamos nos perguntar: Por que é que eu vivi isso?
Saudade é fazer tudo, dividir, ensinar de pouquinho, é gostar de si, ter esperança e persistência sempre. É deixar de herança pra nós mesmos um sonho, uma tranquilidade de ter vivido aquilo que vai cicatrizar nossa alma e lembrar mais tarde dessas cicatrizes, sem nehuma tristeza dos fora que as vida nos dá tentando juntar uma coisa ou outra que as vezes teimamos em separar.
Autora: Lorena Otoni
Muriaé - Minas Gerais
Quem Conta um Conto... [1]
Querido Príncipe,
Não se assuste caso tenha encontrado um dragão abatido e as portas arrombadas, e não tenha encontrado deitada no leito uma princesa meiga, doce e frágil esperando
ser resgatada.
Desculpe se fui corajosa e destemida e não deixei que você provasse sua força, mas já estava cansada da solidão e ociosidade que mata qualquer um.
Como, pro meu gosto, você demorou muito, avancei furiosamente ao encontro de minha liberdade.Pedi o divórcio ao mago que me raptou, entrei na net procurei uns advogados que me informaram como entrar na justiça e logo ganhei o castelo. Depois empunhei uma espada e acabei com o dragão; cavalguei até a aldeia mais próxima ao leste. INCLUSIVE, o castelo está anunciado no leilão na iminência de ser vendido, portanto,ande logo! Ah, e mais rápido ainda porque você está invadindo uma propriedade particular e não vai querer um processo nas costas. Tô me lembrando que ainda não consegui tirar o meu nome da lista de princesas desaparecidas... não sei porque é tão difícil me descadastrar, aí sim logo em seguida poderemos nos casar.
Não fique decepcionado se não corri aos seus braços chorona e medrosa procurando proteção por temer pela vida, uma mulher inútil e submissa recompensada pela beleza. Saiba que você encontrará uma mulher inteligente, de visão, interessada, interessante e trabalhadora, e claro, sensível, romântica e carinhosa. E mais! Poderá provar sua energia lutando pela harmonia de um lar com dedicação à família. Nós poderemos ir viajando pelo mundo, caçar tesouros, lutarmos juntos,lado a lado MAS, se você príncipe, não for um guerreiro disposto a invadir o castelo dos meus sentimentos e conquistar meu coração... sua vontade perecerá pelo dragão da minha incerteza, superficialidade e afastamento, que uso para que apenas o que possui forte determinação de guerreiro consiga vencer.
Se não estiver disposto a essa aventura, tem um castelo logo ao Norte, no Vale das Montanhas com uma princesinha mixuruca.
E se estiver de saída, feche a carta e coloque-a onde a encontrou de forma que o meu verdadeiro príncipe a ache e venha em busca do tesouro perdido, nesse caso, eu.
Te aguardo ansiosa,
Princesa.
Autora: Eveline Faria Fernandes de Paula
Juiz de Fora - Minas Gerais
"Quem Conta um Conto..."
Além de aumentar um ponto, quem conta um conto também aumenta sua própria imaginação.
Todos somos capazes de criar coisas incríveis, então deixemos de lado essa preguiça mental e vamos dar as boas vindas ao projeto "Quem Conta um Conto..."!
Aqui vários autores amadores poderão abrir suas cabeças para escrever qualquer coisa que vier na mente contribuindo para o desenvolvimento da criatividade e incentivando a leitura.
Então... mãos à obra!
Histórias sem Cabeça [3]
"O Homem sem Pescoço".
Os Duendes da Geladeira
O ser humano, generalizando, está cada vez mais preguiçoso. Não se propõe mais a gastar seu precioso tempo com coisas aparentemente desimportantes para a sociedade colocando uma enorme venda nos olhos deixando com que tudo o que acontece em sua vida pareça estar na mais pura normalidade.
"A cada esquina existe um mistério louco para ser desvendado"!
Você nunca parou pra pensar em porque que quando abrimos um refrigerante e colocamos na geladeira, o conteúdo da garrafa, com o tempo, vai diminuindo gradativamente e nunca é culpa de ninguém da casa?! Pai, foi você que bebeu a coca-cola?! Não. Mãe, foi a senhora? Não. Se não foi eu e nem ninguém, quem foi?!
Nossa história começa em 1880, com um jovem chamado Adam Ocean herdeiro único de um exportador de salmões milionário. Certa vez em que revirava as lembranças de seu falecido pai no sótão de uma de suas humildes mansões, achou um objeto antigo de grande estranheza. "O Artefato Sagrado de Rá". Lógico que ele não fazia a mínima idéia de que aquele pedaço de madeira tinha esse nome, mas o fato é que tal objeto era nada mais nada menos que a chave do portal de um universo paralelo. Não vou relatar aqui como que Adam conseguiu abrir o portal desvendando o enigma do artefato, isso fica pra outra vez...
O portal dava acesso a um mundo muito diferente do nosso, com criaturas intrigantes e paisagens incrivelmente bonitas, um mundo onde desde as pequeninas coisas, também eram novidade. Também não irei falar muito sobre o outro lado do portal, porque ai já daria um livro inteiro. Vou contar apenas uma das incontáveis coisas que Adam fez por lá.
O refrigerante foi inventado em 1886. Sem dúvida foi um grande feito para a humanidade que trouxe tantas alegrias em todos os tipos de festas e confraternizações entre amigos. Porém o tempo foi passando e as pessoas foram perdendo a vontade de compra-los e nem toda a publicidade da época foi capaz de reverter essa situação e isso fez com que houvesse uma considerável queda nas vendas de refrigerante em todo o planeta. Em meio a essa crise, a empresa Coca-Cola, convidou todos os representantes das outras empresas de refrescos gaseificados para que fizessem uma importante reunião em que seria discutida a atitude que teriam que tomar para reverter esse gráfico decadente. Juntos, tomaram uma decisão que mudaria o rumo da história, porém de extremo sigilo, tão secreta que nem as esposas dos representantes poderiam ter ciência. Foi então que contrataram os serviços ilegais de Adam Ocean, "O Guardião do Mundo Secreto".
Adam e seus aliados começaram então a montar um sistema que mudaria a vida das pessoas para sempre (assim como é até hoje). O jovem contrabandista milionário, encontrou naquele universo paralelo uma raça de criaturas que resolveriam o problema das empresas, ele os chamava de MidMugs. Muito parecidos com duendes porém muito menores e com a capacidade de ficar inviziveis aos olhos humanos.
... Quando meu avô me contou essa história eu era muito pequeno e fiquei muito estarrecido com essa nova realidade. Um dia, quando voltei da aula de reforço, peguei todo o veneno de rato que estava no armário e botei tudo na garrafa de guaraná que estava na geladeira. Na manhã seguinte, Matilde a faxineira, morreu de intoxicação. Não sabia que eram tão espertos!
Histórias sem Cabeça [2]
"O Homem sem Pescoço".
O Final de Semana
Fui convidado pelo pessoal da banquinha de jornal para um acampamento no final de semana. Foi quando eu parei e pensei: Será que perder o Domingão do Faustão é uma boa?! Parei de pensar e fui mesmo assim.
Tinha o Renato Alface, um cara muito marrento que adora aparecer, tinha a Bernadete uma senhora de 53 anos que nunca sabe a hora de parar de falar e o Pedro, bom, eu não conhecia o Pedro até então.
Renato levou a gente em seu 4por4. Levamos tudo que era essencial para a viajem: Mp3, spray pra mau hálito, livro de auto-ajuda no caso de um incêndio, entre outras coisinhas...
Pouco antes de chegar-mos no local onde iríamos acampar, Bernadete implorou para que parássemos para um “Nº 1” bem rapidinho. Ela se emprenhou no meio do mato para que não a víssemos em suas intimidas e foi-se a mijar.
O tempo começou a se estender e começamos a ficar inquietos: Ou ela bebeu muito líquido, ou sua vontade de urinar evoluiu para um nível superior. Duas horas depois concordamos que não era normal uma caganeira tão demorada e saímos do carro.
Adentrando por entre os arbustos percebemos que Bernadete já não estava ali, mas a imposição de uma possível defecada era correta confirmada pelo estranho aroma que se exalava no local.
Bom, com Bernadete tendo desistido de acampar estranhamente, indo embora sem nos avisar, decidimos continuar mesmo assim, pois eu disse que também sabia cozinhar.
Chegamos a um local muito diversificado, tinha muito verde, muitas árvores, algumas pequenas, a maioria grande e... só. Terminamos de montar a barraca pouco antes de anoitecer quando lembramos que esquecemos da fogueira. Pedro se ofereceu para ir pegar lenha enquanto Renato e eu ensaiávamos músicas típicas de acampamentos.
Quando Pedro saiu mata adentro, Renato me disse que não sabia nenhuma música, ainda bem, porque eu tava com medo de dizer que também não sabia tocar violão! O tempo foi passando e escutamos um barulho escandalizante vindo da floresta. Era como se alguém batesse em uma pessoa com algum objeto causando muita dor e sofrimento. Repercutia muitos gritos e gemidos estranhos e apavorantes. Ainda bem que era apenas Pedro querendo nos assustar! Onde já se viu um acampamento sem estórias de terror?!
O que eu não entendi foi por que Pedro decidiu ir embora sem nem trazer a lenha, ficamos esperando por horas..
Após algumas horas de conversas astrólogas entre eu e meu amigo Renato ficamos tão cansados que nem percebemos quando caímos no sono.
No Domingo de manhã, acordei bem cedinho como de costume. Levantei, comi alguns biscoitinhos e fui acordar Renato, mas o danado não acordava nem por reza. Eita cara estranho, nunca tinha visto ninguém dormir de olho aberto antes!
Aquilo foi me enchendo a paciência que eu peguei e fui embora à pé. E adivinha?! Ainda deu pra ver o finalzinho do Faustão quando cheguei em casa.
Mas o triste dessa história é que depois desse dia eu nunca mais vi o pessoal na banquinha de jornal.
Histórias sem Cabeça
"O Homem sem Pescoço".
O Mistério da Esposa.
Certo dia, que se não me falha a memória, um dia depois que comi empadão de palmito na casa da tia Marlene, estava eu, todo pomposo, caminhando alegremente pelas ruas de Perapitinga do Sul, essa cidade tão conhecida, quando de repente um velho conhecido me parou e me contou uma história muito interessante sobre um casal que eu nunca tinha ouvido falar e que morava na rua da barbearia do Antoin.
Cláudia era dona de casa enquanto seu marido Aroldo tinha uma lojinha de prendedores de roupas.
Todos os dias que Aroldo chegava em casa sempre se deparava com a figura de sua mulher com um sorriso esticado de uma orelha à outra e nunca entendia o motivo de sua alegria botando em consideração que viviam com tantas dificuldades e que tinham um vizinho que ganhara um cachorro que nunca parava de latir, achava um tanto estranho aquele sentimento.
Aroldo com sua tamanha indignação, achou então que sua mulher estivesse tendo um caso com o jardineiro toda as vezes em que ele ia trabalhar. Então, num certo dia, resolveu chegar mais cedo em casa e deu de encontro com a mais pura normalidade: Sua mulher feliz, ninguém por perto e a televisão ligada na rede tv.
Aroldo resolveu então vigiá-la o dia todo escondido de longe sem que ela o pudesse ver. Ela varreu a casa, limpou os móveis, fez o almoço, entregou a marmita pro menino que a levava pro marido na loja, passou roupa entre outras cousas intedianes que toda dona de casa faz e... só.
O rapaz já com os nervos à flor da pele, saiu perambulando pelas ruas até que esbarrou em uma menininha que lhe puxou a calça jeans desbotada e disse:
_Você é o Senhor Aroldo, que mora na rua de baixo?! Como você ainda tem coragem de andar por estas ruas com a sua esposa fazendo tudo aquilo que ela faz!!!
O mundo parou pra'quele pobre homem. Em questão de segundos, 3 pra falar a verdade, ele implora para que aquele pequeno ser lhe desvendasse todo aquele mistério de uma vez por todas quando, sem que ele percebesse ela tinha saído correndo. Aroldo disparou em direção à menina até que num breve instante, sente aquele objeto viscoso por de baixo de seu pé esquerdo e quebra o pescoço no meio-fio, por causa de uma insignificante casca de banana.
Diversão mental é fundamental.
Não questionarei mais, Deus. Não!
Isso é como um disco de vinil que arde minhas orelhas.
Um hiato hidrófilo híbrido hiperbólico.
Uma avalanche comum de um dia de domingo que sempre me deixa complexo a afundar minhas esperanças num copo d'água.
Tagarelo em minha mente, hoje, ontem e sempre! Não sei como parar. Isso é fato.
Meus gloriosos antepassados são espelho do que ainda há pra vir.
Fico perturbado só de pensar em como que os animais não ficam resfriados andando sempre descalços!
Extravagante sentimento decapitado como um apelido carinhoso esquecido no fundo da gaveta.
Aguardo confiante compulsivo e condenado. Onde o futuro misterioso aguarda aflito, deixando o presente nostálgico do que ainda não aconteceu.
"Diversão mental é fundamental. é sushi com frango e quiabo é folia de um antigo carnaval e onde a porca torce o rabo."
Mestre Piu e o Pinheiro.
Mestre Piu se encontrava no alto de uma montanha ao lado de um imenso pinheiro. O vento batia em seu rosto, folhas caiam sobre seu colo e ele permanecia imóvel como se estivesse num transe de extrema profundidade.
Mas o tempo passava e seus discípulos se indignavam com aquela situação. Já haviam se passado dois dias e o ancião permanecia na mesma posição.
Mitouaka, o mais jovem dos aprendizes, não agüentava mais de tanta aflição. Sem receio, foi logo ao encontro de seu mestre. E no alto daquela montanha, o jovem, então, se aproximou de seu mestre e exclamou:
_ Mestre, o que você está fazendo?! Está ai parado há dias sem comer! Isso é algum tipo de punição?!
O ancião, com sua grandiosa tranqüilidade, olha bem no fundo dos olhos do seu discípulo e responde:
_ Na verdade, meu jovem, estava apenas brincando de “estátua” com essa árvore, mas acho que acabei de perder...
Bolero dos Surdos
"Melhor do que cantar com nossos amigos, é relembrar nossas velhas canções."
Salve, salve, mundo vasto mundo.
Qual a razão de viver?
Quando a vida não tem razão!
Sorvete de tangirina
com um toque de limão.
Abacate da Noruega
é parafuso na Alemanha
Não peça na pronta-entrega
porque lá não tem lazanha!
Se não sabe aprender
saiba ao menos ficar calado
Verdade + raciocínio é
sabedoria ao quadrado
Não tente ser o melhor
pois você não sabe ser
o melhor que você faz
é escutar e aprender
A vida se faz em atos
e é cheia de coisinhas
não machuque o Sr. Pato
ele é primo da galinha
O coração bate forte
escute-o se quizer
não ouço mais minha mente
ela não sabe o que quer...
Sorria, você está sendo manipulado!
sou eu!
Hum?! Que que foi??!!
Fala mais alto, não escuto muito bem desse ouvido.
Perdi 12% da audição desde que comprei um fone de ouvido.
Quem sou eu?!! Vamos ver...
Bem...
Sou sujeito de perfeita imperfeição
Imagem distorcida no espelho da razão
Metade escrupuloso, metade não
Sou parte indefinida retirada do contexto
Dia esquecido de um ano bissexto
Elvis, McCartney e cover de mim mesmo
Sou aspas, fecha aspas, sou xará
Panela da vizinha esperando meu fubá
Nota de um real que se perde no sofá
Sou rua que se transforma em beco sem saída
Reflexo diagonal de uma imagem distorcida
Atleta do viver querendo ser torcida
Sou música, sou voz de taquara rachada
Doença contagiosa que pega e não sara
Assassino do ócio que não cansa e nem para
Sou filho da verdade, adotado pelo mundo
Pináculo eufórico de um mero vagabundo
Primeiro na chegada querendo ser segundo
Sou estrada sem desvio, longa, larga e reta
Um louco agradecido em ritmo de festa
Personagem principal de uma prosa incompleta
Meu nome é Raphael e eu sou poeta. :)
Rs...
huahu
ahuahuahuah
uahuahuahuahuah
uahuahuahuahuahuahua
uahuahuahuahuahuahuahuahu
uahuahuahuahuahuahuahuahuahuahu
ahuahuahuahuahuahuahuahuahuahuahhuahua
ahuahuahuahuahuahuahuahuahuahuahuahuahuahuahu
huahuahuahhuahuahuahuahuahuahuauahuahuahuahuahuahu!!!
É uma das palavras mais engraçadas que eu conheço!
huahuahuahuahuahua... Aiii aii...
*Só isso.
Trocadilho sem graça de uma manhã ensolarada.
Coração matutino
Amar não é tão simples,
"eu te amo" não é bom dia.
Mas também não quero um amor dissimulado.
quero que diga quando está feliz
e quando está magoado.
Quero um amor que converse sem dizer,
que faça de um simples momento:
olhar, carinho e sentimento
Não quero um amor de incertezas
tal como a ignorância
tão certa, quanto a raiva que sinto de goteiras.
Quero um amor de alegria submersa,
que me esteja sempre ali,
pra quando eu precisar ou vice versa
Não quero um amor que diga que me ama
pelo esteriótipo social
de um outdor de propaganda.
Quero aguém que goste do oposto, que viva as fantasias com coerência na verdade.
E você? O que você quer?
Poema de uma sexta-feira com chuva torrencial.
(por Raphael Fortunato)
Preciso sair. Quero ver as flores, escutar os pássaros, conhecer pessoas.
Quero pular de alegria, fazer poesia e andar atoa...
Quero fazer tudo que imaginar e na mesma hora!
Mas que pena, chove lá fora.
Preciso sair. Quero compor canções, sentar no meio-fio, pensar besteira.
Quero piada sem graça, fazer pirraça e plantar bananeira...
Quero tudo isso e quero agora!
Mas que pena, ainda chove lá fora.
Preciso sair. Quero fazer amigos, ser divertido, cantar sem parar.
Quero fazer juramento, curtir o momento e parar de pensar...
Quero sim, embora não possa,
pois adivinhe?! Ainda chove lá fora.
Preciso sair. Quero pique-pega, pique-bandeira, quero falar mentira.
Não quero uva, nem quero maçã, quero salada-mista ;D
Ahh mas que drogaa...
Ainda tá chovendo lá fora!
Preciso sair. Quero jogar boleba, chamar os colega, fazer cata-vento.
Quero roubar galinha, apertar campainha e sair correndo.
Já disse que quero, mas não posso agora.
Ainda chove lá fora.
Preciso sair. Quero comprar picolé, machucar meu pé, quero sentir medo
Quero falar eu te amo, não quero ser fulano, quero ser eu mesmo.
É... Ainda chove lá fora e eu aqui na janela, vendo o tempo passar...
Hey, quer saber?!
Acho que vou me molhar...
Dia após dia
Questões irrelevantes
A verdade que se desmente,
já não me importa
se com uma simples resposta vem outras dúvidas.
Às vezes, mas nem sempre
não querer respostas
é apenas querer menos perguntas
Por que o céu é azul?
Por que há estrelas no céu?
Por que norte não é sul?
Por que noiva usa véu?
Quem nasceu primeiro
o ovo ou o pinto?
Por que lavo a toalha
se do banho saio limpo?
Por que kamicase tem capacete
se é pra morrer que se formou?
Por que comemos milho
se sai do mesmo jeito que entrou?
De fato ja pensei,
é difícil compreender
e tão chato encontrar a verdade
pois na verdade eu não sei
nem quero saber
mas não tenho raiva de quem sabe...
Pequena explicação.
Certas Incertezas!
Tem coisas na vida que a gente não se engana.
Toda cara tem sua metade
e toda tampa tem sua panela.
Mas o grilo é verde porque pisa na grama
ou a grama que é verde porque o grilo pisa nela?!
Como a moda sempre volta, tudo se inverte por inteiro.
O feio passa a ser bonito e o bonito vira feio.
Mas se os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros,
o do meio sempre será o do meio?!
Vendo as coisas de outra forma, de certo é muito complicado.
Penso, repenso, penso até de ponta cabeça.
Chego a uma conclusão, sem mais nenhum papo furado,
de que tudo aquilo que conheço, só de uma coisa tenho certeza:
O amor é aquilo que nos faz renascer, transformando toda a dor em histórias encantadas.
e Poetas são crianças que se recusam a crescer e passam a vida inteira a brincar com as palavras...
Aconteceu, com um amigo de um amigo meu...
Era uma vez, um sujeito...
...nem sabia que iria viver tantas emoções de uma só vez; nem tinha noção das complicações que enfrentaria. nem pensou duas vezes antes de viajar e nem esperou. nem chegou direito na cidade que nem deu importância ao que seus olhos estavam vendo, uma garota a qual nem se lembraria. nem imaginava ser ela o seu destino, tanto é que nem deu tanta importância quando o próprio destino os separou.
nem se incomodou e nem perdeu seu tempo pesando naquilo; nem procurava pensar nela e nem se importava. nem sonhava com ela e nem chorava.
nem castigava o destino e nem com isso insistia; nem se sentia sozinho e nem se entristecia.
nem sonha um dia encontrá-la
e nem sente saudade
nem pra sempre vai amá-la
pois nem a ama de verdade...
Ahh! antes que eu me esqueça, o nome dele é Nem.
Acontece com Tobias!
Acontece com Tobias as coisas mais estranhas.
Acontece que Tobias tem mania de querer mudar as coisas e as coisas acabam por mudar Tobias.
Pessoa saudável, desde sua unha encravada do dedão pé, até a ponta de seus temporários fios de cabelo.
Reza a lenda que obtém diversas promessas não cumpridas e juramentos esquecidos, mas que o destino insiste em relembrar nas horas mais incertas.
Acontece que Tobias já apontou dedo pra estrela, passou por debaixo da escada, cruzou com gato preto, jogou pedra na cruz e cuspiu no prato que comeu.
Tobias vive num dilema, ou vive ele próprio ou encara seu próprio personagem.
Cumprimentar ladrão pouco antes de ser preso.
Falar mal da irmã de quem está a conversar, ao falar de esculturas esculpidas por deficientes visuais que se deparou na festa de ontem.
Desviar de folha seca do chão achando ser fragmento fecal canino, e pisando num próprio com o outro pé logo após.
Seria cômico se não fosse tão trágico.
Uma defecada de pássaro na cabeça, é sinal de sorte.
E duas, num intervalo de 3 minutos?
Acontece.
Dia comum no Hospital.
Entro no elevador.
Uma mulher tenta incessantemente apertar o terceiro andar, sem sucesso.
_ Deixe que eu aperto pra você, de manhã a gente fica tão sem forças, não é?!
_ Realmente, mas ainda acho que foi um tal de gadernal que tomei a pouco.
_ Humn... é aqui que eu desço.
Saio do elevador, prossigo pelas escadas.