Medo

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

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Medo

"Raphael Fortunato"

Medo, medo, vasto medo
se eu me chamasse Alfredo 
seria uma rima não seria uma vertente
Medo, medo, vasto medo
mais vasta é a minha mente.  



Como floresta medo de um incêndio
Como criança de um mero saltimbanco
Como músico medo do silencio
Como desenhista do papel em branco

Como um azadaro tenho medo da sorte
Como sonhador medo da ferida
Como matéria medo da morte
Como espírito da própria vida

Como enganado tenho medo da verdade
Como dessa verdade, medo da ilusão
Como um apaixonado tenho medo da saudade
Como dessa saudade, medo da solidão.

Como covarde tenho medo do fracasso
Como fracassado medo de ganhar
Como pessoa tenho medo de um abraço
Como num abraço tenho medo de amar

O medo tarda, mas vem cedo
Deixando torto tudo que é reto
Tenho certeza que tenho medo
e tenho medo de estar certo.

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